#MERGULHO
A era do aquecimento global acabou. Entramos na era "global boiling".
Global boiling, traduzindo, ebulição global: a expressão assusta e define o momento que estamos vivendo, segundo António Guterres, secretário-geral da ONU. A constatação veio após a confirmação de cientistas de que julho teve os 3 dias e as 3 semanas mais quentes já registradas, além das temperaturas oceânicas mais altas de todos os tempos para esta época do ano.
Inúmeros fatores de interferência humana causam o aquecimento global, mas o maior responsável é a queima de combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás), que produzem gases que retêm o calor.
As notícias assustam, mas não são uma surpresa para estudiosos do tema. "Dissemos que isso aconteceria 20 anos atrás e agora está acontecendo", afirma Piers Forster, professor de física climática na Universidade de Leeds e presidente do Comitê de Mudanças Climáticas da Grã-Bretanha, para o Washington Post.
As consequências são várias, como o aumento do nível do mar, as secas, inundações, queimadas, doenças infecciosas, problemas respiratórios e afetam populações de regiões em situação de vulnerabilidade. Segundo Guterres, é hora de agirmos imediatamente e dramaticamente para limitar o aumento global a 1,5°C e evitar as piores consequências.
#DÁ PRA ACREDITAR
Cidades mais resilientes às mudanças climáticas
Para encarar as inevitáveis mudanças climáticas, um dos focos é preparar as cidades para eventos extremos, minimizando as tragédias. Segundo o secretário do Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Felicio Maluf Filho, essa é uma das iniciativas do governo Lula. São prioridades as cidades onde a maior parte da população vive e as que estão em áreas de risco. Além do governo ser o responsável por impulsionar estratégias para isso, segundo Maluf também é importante pensar na transição para fontes energéticas menos poluentes, reindustrialização de maneira sustentável e a melhor qualidade ambiental urbana.
Leia a entrevista com o secretário
#MAMI WATA INDICA
23 livros para se inteirar sobre mudança climática e meio ambiente
Para se informar e inspirar reflexões e novas ações, o Ethos fez uma lista de 23 livros, entre antigos e novos, que cobrem os temas de meio ambiente e mudanças climáticas. Estão lá desde Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, que aborda o uso de substâncias tóxicas, como os inseticidas, até Sem Logo, de Naomi Klein, que fala sobre a globalização e cultura do consumo.
#PRA PENSAR
ReFi: finanças regenerativas
ReFi é o termo usado para se referir às Finanças Regenerativas, que têm como princípio a descentralização das finanças como ferramenta para gerar impacto socioambiental positivo e valor coletivo. A proposta é reestruturar o papel do dinheiro, pensando de forma holística e em harmonia com o planeta e sociedade.
A primeira iniciativa de ReFi da qual se tem notícia é o protocolo Open Forest, lançado em 2020. Aqui no Brasil, existem algumas empresas operando no modelo, como a Guardiões da Mata, do Instituto Zeca Pagodinho e Código Brazuca, que utilizam recursos de Web3 com NFTs e blockchain.
#PARCEIROS MAMI WATA
Sylvia Earle é uma das nossas maiores inspirações. Referência na conservação marinha do planeta, aos 87 anos, ela veio em julho ao Brasil para conhecer a região das Cagarras e o trabalho do nosso parceiro Ilhas do Rio, que há mais de uma década realiza pesquisas na Unidade de Conservação.
Fundadora da Mission Blue, ela estabelece Hope Spots (pontos de esperança), áreas de conservação da vida marinha. Em sua visita, ela mergulhou pela primeira vez na área das Ilhas Cagarras, que se tornou um hope spot através do Ilhas do Rio e do Verde Mar.
Sylvia quebrou estereótipos do universo do mergulho, ganhou mais de 100 prêmios internacionais, tem mais de 200 publicações científicas, liderou mais de 100 expedições e soma mais de sete mil horas embaixo d'água. Não à toa foi considerada a primeira heroína do planeta, segundo a revista Time.
Conheça melhor essa mulher incrível